A Guiné Equatorial decidiu fechar a sua Embaixada em Londres depois das sanções impostas pelo Reino Unido por corrupção contra o vice-Presidente equato-guineense, Teodoro Nguema Obiang Mangue. A informação foi avançada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Simeon Oyono Esono.
“A primeira decisão que o Governo adotou foi a de proceder ao encerramento total da nossa missão diplomática em Londres”, declarou na televisão estatal. O país considera as sanções “juridicamente infundadas” e exige que sejam levantadas com “a maior brevidade possível”, incluindo as mesmas a proibição de viajar para o Reino Unido e o congelamento de ativos.
Isto acontece depois de o Governo britânico ter anunciado na sexta-feira, 23 de julho, a imposição de sanções a Teodoro Obiang Mangue, também filho do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, devido ao envolvimento na apropriação indevida de fundos do Estado e desvio para contas bancárias pessoais, realização de contratos corruptos e solicitação de subornos.
De acordo com o Reino Unido, o estilo de vida luxuoso do governante africano é conhecido e “inconsistente com o seu salário oficial como ministro do Governo”. Obiang possui uma mansão de 100 milhões de dólares (85 milhões de euros) em Paris, dezenas de automóveis de luxo (Ferraris, Bentleys e Aston Martins, entre outros).
O político tem ainda uma coleção de objetos que pertenciam ao cantor Michael Jackson, destacando-se uma luva revestida de cristais usada na digressão do álbum “Bad”, avaliada em 275.000 dólares (233 euros). Segundo a justiça francesa, os juízes estimam um branqueamento de capitais na ordem dos 160 milhões de euros.
Recorde-se que o visado foi condenado em fevereiro de 2020, em segunda instância, a três anos de prisão suspensa e ao pagamento de uma multa efetiva de 30 milhões de euros ao Estado francês por ter adquirido indevidamente património considerável em França com dinheiro desviado dos cofres da Guiné Equatorial.