O Governo equato-guineense manifestou, através de um comunicado, o seu repúdio em relação ao questionamento da União Europeia (UE) sobre a legitimidade democrática das eleições de 20 de novembro no país.
No documento, divulgado pela Assessoria de Imprensa do partido PDGE, pode ler-se que o texto provém do Gabinete de Informação e Comunicação Diplomática do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
“O Governo da República da Guiné Equatorial manifesta o seu retumbante repúdio ao lamentável questionamento por parte da União Europeia da legitimidade das eleições presidenciais, legislativas e autárquicas realizadas conjuntamente a 20 de novembro de 2022 no País, e dos seus resultados, contrários ao as conclusões oficiais das missões eleitorais enviadas por organismos intergovernamentais de renome internacional convidados como observadores, como a União Africana (UA), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), juntamente com e organizações internacionais da sociedade civil”, é referido.
“O Governo e o Povo da República da Guiné Equatorial repudiam a chantagem política da União Europeia, na medida em que o referido questionamento é desprovido de sentido e fundamento, uma vez que as referidas eleições foram avalizadas pelas missões internacionais de observação eleitoral acima referidas”, menciona ainda.
Neste sentido, prossegue, “a União Europeia deve entender o ditado que diz que, para problemas africanos, soluções africanas. O Governo da Guiné Equatorial não convidou a União Europeia como observador às referidas eleições por constatada a sua falta de imparcialidade e a sua duplicidade devido a interesses ocultos em questões que afetam os países africanos, pelo que não pode ser considerado parte na solução dos ditos problemas”.
O Governo não considera a UE “a organização mais adequada ou credível para dar lições de democracia aos Estados, nem para apelar ao diálogo político entre os seus atores políticos e sociais”, devido ao “historial de ingerência nos assuntos internos de outros Estados, nomeadamente da Guiné Equatorial”, e à alegada “nostalgia de regressar ao unilateralismo e de preservar o neocolonialismo”.