O primeiro-ministro equato-guineense, Pascual Obama Asue, em colaboração com o ministro da Saúde, Salomon Nguema Owono, terá ordenado nesta quarta-feira, 15 de abril, a prisão da enfermeira Nuria Obono Ndong Andeme, que trabalha no Centro Médico de La Paz, em Malabo.
O “Diario Rombe”, que avançou esta informação, referiu que o motivo deveu-se ao facto de a profissional de saúde ter comentado, na sua esfera privada, a ineficácia do Hospital Sampaka para enfrentar a crise causada pela pandemia de Covid-19, uma vez que este não tem condições para alojar os pacientes nesta situação.
Segundo a própria, o hospital “não tem oxigénio” e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mesmo não funciona, uma informação alegadamente divulgada pelo diretor do Centro Médico de La Paz, Irvin Simbarashe.
Nuria Obono terá comentado com um amigo que as enfermeiras que trabalham no Centro Médico de La Paz encontram-se numa situação extremamente perigosa, uma vez que “o paciente filipino que testou positivo para o coronavírus está em estado grave na UTI da Clínica La Paz”. Este doente terá sido levado em primeira instância para a clínica Loery Komba.
As declarações foram feitas através de uma mensagem de áudio, enviada pela enfermeira ao amigo após uma reunião onde estiveram presentes o ministro e o vice-ministro da Saúde, tendo a mesma sido presidida por Irvin Simbarashe.
Nesse áudio a visada criticou ainda as “mentiras” contadas na televisão, questionando o porquê de os que estão na televisão não conseguirem denunciar o que se passa no hospital Sampaka e “qual é a utilidade de se falar tanto na TV sobre um hospital que não serve?”.
Nuria Obono será levada à justiça, uma vez que o ministro da Saúde soube do sucedido e, em conjunto com o primeiro-ministro, decidiu ordenar a prisão imediata da profissional.