As organizações não governamentais (ONGs) que têm criticado o Governo equato-guineense alertaram que a pandemia da Covid-19 é “uma ameaça existencial para todos” e defenderam que o Executivo tem de aumentar o apoio aos cidadãos mais necessitados.
A Comissão de Juristas Equato-guineenses e o Centro de Iniciativas de Estudos e Desenvolvimento divulgaram um comunicado com o título “Covid-19, uma ameaça existencial para todos nós”, onde pode ler-se que “a gravidade do momento pede que o Governo da Guiné Equatorial seja comedido e completamente transparente, e que as autoridades tomem todos os passos para garantir que todos os equato-guineenses, os pobres, vulneráveis, prisioneiros e desempregados tenham acesso a alimentação e cuidados médicos gratuitos”.
“É crítico que a garantia da obrigação de cumprimento dos direitos económicos e sociais aconteça simultaneamente com a obrigação de respeitar as liberdades políticas e civis que incluem os detidos ainda não processados”, referem ainda.
Estas ONGs declaram que os hospitais públicos e privados e as clínicas devem ser equipados de forma adequada, sendo necessário que o povo tenha acesso a água limpa para lavar as mãos, uma das medidas consideradas mais eficazes no combate ao novo coronavírus.
O comunicado menciona igualmente que o Governo deve ser transparente na apresentação dos números, lembrando que no dia 21 de março este aprovou um decreto presidencial com 8,2 milhões de dólares a serem destinados a um fundo de combate à Covid-19.Nos dias seguintes anunciou 15 casos, apesar de “o treinador da seleção nacional de futebol, citando o médico da equipa que também trabalha para o hospital nacional, ter colocado o número de casos acima de 100”.
O diretor executivo da ONG EG Justice, Tutu Alicante, disse que “o Presidente Obiang esbanjou a riqueza da nação em projetos de elefante branco em vez de construir clínicas de saúde, escolas e projetos sociais, como aqueles que permitiriam água potável para lavar as mãos, e que teriam um impacto positivo e melhorar as condições as condições de vida da população”.