A chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) na Guiné Equatorial, Mariana Colacelli, informou que a pandemia da Covid-19 e as explosões ocorridas na cidade de Bata, em março, aumentaram as necessidades de financiamento do país. Essas despesas traduziram-se em 625 milhões de dólares (533 milhões de euros).
“A pandemia de covid-19 e as explosões em Bata infligiram graves danos à economia da Guiné Equatorial e aumentaram as necessidades de financiamento externo na balança de pagamento em mais cerca de 625 milhões de dólares, o que representa 5% do PIB [Produto Interno Bruto], relativamente ao Programa de Financiamento Ampliado [EFF, na sigla em inglês], entre 2021 e 2022”, afirmou à “Lusa”.
Esta entrevista surge após a aprovação de uma ajuda de emergência (RFI, na sigla em inglês) do FMI à Guiné Equatorial, no valor de 67,3 milhões de dólares (57,3 milhões de euros). Segundo Colacelli, o auxílio foi prestado porque o programa financeiro acordado em dezembro de 2019 não assegurava uma resposta eficaz à “crise humanitária” vivida no país.
“O RFI não substitui o EFF; este continua em vigor, mas uma primeira revisão foi adiada, já que as questões de governação demoraram mais tempo do que o inicialmente previsto, incluindo devido às exigências da pandemia de covid-19, as explosões em Bata e a fraca capacidade, por isso não era fazível responder eficazmente à crise humanitária dentro do enquadramento do EFF”, explicou.
“O objetivo central deste apoio de emergência é dar recursos muito necessários para cumprir as necessidades urgentes de financiamento que surgem da abrangente destruição de propriedade e da perda de vidas causadas pelas explosões em Bata, a que se junta a crescente escala e severidade do choque da covid-19”, acrescentou a representante da organização internacional.
Foi também referido que “a Guiné Equatorial cumpre os requisitos de elegibilidade para o apoio ao abrigo do RFI, já que tem uma necessidade urgente na balança de pagamentos que, se não for resolvida, vai resultar numa imediata e adicional disrupção económica severa”.