A coligação de oposição da Guiné-Equatorial no exílio, denominada Coligação para a Restauração de um Estado de Direito na Guiné-Equatorial (CORED), cujos líderes vivem em Espanha, França, Alemanha e Inglaterra, decidiram não contar mais com o apoio de Espanha para obter a alternância no poder no país presidido há 38 anos por Teodoro Obiang Nguema.
“É chegado o momento que todos nós, filhos da Guiné-Equatorial pensemos buscar e solicitar ajuda a outros povos do mundo fora de Espanha, porque descobrimos que este país está a lucrar com a nossa dor, e é impossível que possamos articular qualquer projecto tendente a levar a liberdade ao nosso povo”, indica um comunicado da CORED a propósito da celebração dos 50 anos de independência em Malabo.
A CORED tornou públicas estas declarações depois de constatar que um contingente das Forças Armadas espanholas desfilou durante o desfile militar das cerimónias de independência, presididas por Teodoro Obiang Nguema, o qual a CORED qualifica de “assassino, canibal, corrupto e delinquente internacional”.
“Descobrimos o papel que há jogado Espanha no que diz respeito às nossas vidas, ao nosso sufrimento e à nossa dor. 50 anos em que Espanha jogou um papel muito sujo no que diz respeito ao nosso povo”, deplora a CORED.
Por sua vez, a oposição radical interna boicotou a celebração dos 50 anos de independência, denunciando a falta de liberdade e democracia do regime de Teodoro Obiang Nguema.
Apesar das críticas, o presidente da República foi agraciado com um prémio Master de Ouro por uma instituição espanhola.