O diretor do Instituto Confúcio da Universidade Estadual Paulista, Luís António Paulino, defendeu, numa sessão do Fórum de Intercâmbio e Aprendizagem Mútua entre as civilizações da China e dos Países de Língua Portuguesa, decorrido em Macau, no final da semana passada, que aprender mandarim é já “uma necessidade” no Brasil, devido aos crescentes laços comerciais do país com a China.
Paulino disse que os crescentes laços bilaterais têm levado a que cada vez mais brasileiros se interessem na língua chinesa e prova disso são os 28 mil estudantes de mandarim formados pela Universidade Estadual Paulista. “Aprender chinês deixou de ser uma curiosidade e passou a ser uma necessidade para quem quer ter sucesso no mundo do futuro, sobretudo para os brasileiros”, afirmou Luís António Paulino.
A China é, desde 2009, o principal parceiro comercial brasileiro e o Brasil é o maior parceiro comercial da China na América Latina. O professor brasileiro assinala que também os jovens chineses têm demonstrado maior interesse pelo Brasil.
“Na última década tem-se sentido uma febre de português na China e febre de chinês nos países de língua portuguesa”, disse o diretor da Academia Chinesa de História, Gao Xiang, sublinhando que “mais de 60 universidades chinesas” têm licenciaturas em áreas como língua e cultura portuguesas e tradução português-chinês, ao mesmo tempo que existem delegações do Instituto Confúcio em oito países lusófonos.
O historiador defendeu que o evento deverá “explorar o estabelecimento de uma plataforma e de um mecanismo permanentes de intercâmbio cultural e de aprendizagem mútua” entre a China e os países de língua portuguesa.
O evento foi organizado pela Academia Chinesa de História, o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, o Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, a Fundação Macau e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.
Mais de 240 convidados e académicos da China e dos países de língua portuguesa, incluindo Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, participaram no fórum, que terminou ontem.