Moçambique tem preferido manter-se neutro em relação à guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Alguns países, como o Brasil, preferem adotar essa posição para não afetarem as suas relações comerciais com nenhum país.
No entanto, os Estados Unidos da América (EUA), que integram a NATO, estão a apelar ao país africano para que se mostre solidário para com os ucranianos, tendo lembrado que sempre apoiaram Moçambique.
O pedido veio da parte do Embaixador dos EUA em Moçambique, Peter Handrick Vrooman, que emitiu uma mensagem a lembrar que os EUA sempre ajudaram Moçambique na assistência humanitária face ao terrorismo na província de Cabo Delgado e aos ciclones que têm estado a assolar o país. Lembrou igualmente o apoio no combate ao HIV/SIDA e à Covid-19.
“Recordo-me do que disse o primeiro Presidente Samora Machel no Hospital Central de Maputo, em 1976: ‘A solidariedade internacional não é um acto de caridade, é um acto de unidade entre aliados que lutam em terrenos diferentes para o mesmo objetivo… A solidariedade não tem raça nem cor, e o seu país não tem fronteiras’. Esta ideia é tão importante agora, como era na altura”, defendeu.
“Mais uma vez, nas palavras do vosso primeiro Presidente, ‘a solidariedade é uma afirmação de que nenhum povo [está] sozinho, nenhum povo [está] isolado na luta pelo progresso. Esta luta pode ser na Ásia, na Europa, na América, ou a luta pode ser em África, mas é a mesma luta”, acrescentou o diplomata.
Moçambique faz parte de 35 países que se abstiveram da resolução que condena a invasão russa à Ucrânia, de um total de 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).