Uma investigação dos “Pandora Papers” divulgada em 2021 pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos indicou que os Emirados Árabes Unidos eram um paraíso “off shore” para a elite política e empresarial da África.
Agora a “Carta de Moçambique” divulgou que existem 67 moçambicanos que possuem 359 propriedades no Dubai, a maior cidade dos Emirados Árabes Unidos, no valor de 78 milhões de dólares.
Dessas 359 propriedades, apenas 28% pertencem a mulheres. Isto indica que os moçambicanos em questão têm significativamente mais propriedades no Dubai do que em outros países da África, o que sugere que muitos moçambicanos ricos movimentam o seu dinheiro para a cidade dos Emirados Árabes Unidos.
Tratam-se de propriedades avaliadas em 0,53% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa metade de 1% do PIB moçambicano, o que indica muito dinheiro. Podemos ver isso comparativamente às propriedades de cidadãos do Zimbabué no Dubai, que são apenas 0,24% do PIB, e dos malawianos e sul africanos, que são 0,18% do PIB.
Os moçambicanos ricos estão então a guardar três vezes mais dinheiro no Dubai do que os ricos da África do Sul ou do Malawi. Segundo uma fonte da “Carta de Moçambique”, com propriedade no Dubai, grande parte do dinheiro investido por moçambicanos nessa cidade vem de corrupção, tráfico de drogas e fuga da indústria dos raptos.