O líder da Renamo, Ossufo Momade, manifestou no fim-de-semana passado preocupação com a falta de pagamento de pensões aos antigos guerrilheiros desmobilizados no âmbito do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), apelando ao Governo e aos parceiros internacionais para resolverem a situação.
“É uma lamentação legítima e que nos preocupa porque, quando os guerrilheiros estavam nas bases, tiveram algumas promessas, e nós gostaríamos de vê-las materializadas”, declarou Ossufo Momade, que falava no distrito de Marínguè, província de Sofala, numa visita de trabalho à região.
Momade considerou preocupante o silêncio do Governo e dos parceiros internacionais em relação à matéria, assinalando que foram dadas garantias de pagamento de pensões e financiamento de projetos de geração de renda para os antigos guerrilheiros, no quadro do DDR.
Na semana passada, o secretário-geral da Renamo, André Majibire, avançou que cerca de mil antigos guerrilheiros que aderiram ao DDR não recebem pensões há seis meses.
Majibire disse que os combatentes desmobilizados devem receber pensão de sobrevivência paga pelas Nações Unidas, através do governo moçambicano, durante um ano, no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional. Após esse período passam a receber pensão vitalícia do Estado moçambicano.
Face à situação de alegado incumprimento das promessas, a Secretária de Estado em Sofala, Stela da Graça Pinto Novo Zeca, garante o compromisso do Estado com o sucesso do DDR. A governante, deu essa garantia esta terça-feira, 17 de agosto, na cidade da Beira, província de Sofala, numa cerimónia de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) de antigos guerrilheiros da Renamo, onde ficaram desmobilizados nove guerrilheiros seniores, incluindo o Comandante Maquinze, chefe da defesa e segurança.
“Como Estado, vamos reiterar o nosso compromisso de tudo fazermos para que este processo de reintegração seja possível” afirmou a governante, fazendo apelos às comunidades receptoras para que acolham tranquilamente os beneficiados do DDR.
“Os nossos irmãos que chegam às comunidades devem receber conforto das comunidades. Devem receber apoio para o enquadramento (por parte) das estruturas que estão lá”, concluiu a Secretária de Estado.
Aurelio Sambo