Em altura coincidente ao anúncio publico de que Total e o Governo moçambicano deveriam retomar, em abril, as actividade de construção em Afungi, província de Cabo Delgado, norte do país, um novo ataque na região pode voltar a suspender as atividades previstas.
Um novo ataque armado a 50 quilómetros do complexo de exploração de gás no norte de Moçambique, teve lugar hoje na vila de Palma, zona norte da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, sendo que o Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), uma ONG local referiu que, “há relatos de empresas que evacuaram seus acampamentos e levaram os trabalhadores para locais considerados seguros. “
A vila de Palma fica a menos de 50 quilómetros de Afungi, local onde decorrem as obras de construção do complexo de gás natural liquefeito do Projecto Mozambique LNG, liderado pela francesa Total. As obras deveriam reiniciar após um reforço de segurança na região que conta com o exército moçambicano, apoiado pela total a nível da logística na Área 1 (TEPMA1). O Governo havia declarado que a área do Projecto Mozambique LNG seria uma zona de operação especial de segurança, por isso, foi definido e implementado um roteiro com inúmeras medidas e ações que visam reforçar e restaurar a segurança no referido local.
Entre as medidas enunciadas estariam um reforço das infraestruturas de segurança e do contingente de forças de segurança pública, ações que deveriam permitir uma retoma das atividades de construção da fábrica de GNL, bem como dos programas de desenvolvimento comunitário realizados pelo projecto.
A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.