A vila-sede de Palma foi atacada por terroristas a 24 de março, tendo o caso aumentado a preocupação internacional em relação ao que se passa na província moçambicana de Cabo Delgado, atacada sucessivamente desde outubro de 2017.
Mesmo dez dias após as Forças de Defesa e Segurança (FDS) terem retomado o controlo de Palma, surgem problemas como a fome. As casas e viaturas permanecem abandonadas, as ruas e os mercados quase desertos e os poucos comerciantes presentes na principal rua da vila afirmaram que estavam a “despachar” a última mercadoria, que foi o que restou antes da invasão.
Abdulai Mohamed, um jovem que se encontrava na rua a vender pão e laranjas, disse aos jornalistas que o pão foi feito com a matéria-prima que restou após o ataque terrorista.
Outro jovem vendedor, Juma Chico, disse que no dia 24 de março tinha acabado de receber produtos avaliados em 30 mil meticais (406 euros), adquiridos na província de Nampula, o seu ponto de abastecimento. Entre esses produtos encontram-se óleo alimentar, caldo, cebola, arroz, farinha de milho e água mineral, porém, os preços eram proibitivos.
Outros comerciantes vendem bolachas, rebuçados e peixe fresco. No entanto, no geral, são poucas as bancas que estão abertas em Palma, uma vez que a maior parte está abandonada.
Com a vila deserta, há muito poucos consumidores e os poucos reclamam da falta de dinheiro. Existem famílias que dizem que não se alimentam há mais de três dias por falta de comida.
O Programa Mundial da Alimentação, que estava a distribuir comida em Palma antes do ataque terrorista, suspendeu a 03 de abril os seus voos de evacuação dos deslocados por razões de segurança.