A Bancada Parlamentar da Renamo elogiou a detenção de Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique, ocorrida a 29 de dezembro do ano passado. A posição do maior partido da oposição do país foi partilhada através de um comunicado de imprensa, onde o ocorrido foi descrito como uma “acção enérgica tomada pela justiça norte-americana”.
Recorde-se que Chang, deputado da Frelimo, foi detido na sequência de um mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos da América, encontrando-se acusado de crimes financeiros ligados às dívidas ocultas.
No mesmo comunicado, a organização política criticou a inércia da Justiça moçambicana no que respeita a responsabilizar os autores do polémico caso das referidas dívidas, além de ter condenado o silêncio das autoridades do país sobre a prisão do ex-ministro, entre elas a Procuradoria-Geral da República, o Conselho Constitucional, a Assembleia da República (AR) e o Governo moçambicano, pelo que julgam ser “silêncio cúmplice diante da detenção de um deputado da AR e ex-membro do Governo cujas acções a nível interno não mereceram a sua responsabilização”.
Os parlamentares da Renamo consideram que “a prisão do ex-ministro Chang e dos ex-banqueiros do Credit Suisse acusados de ilícitos financeiros no processo das dívidas ocultas é a confirmação das confirmações de que houve prática criminal por parte dos dirigentes envolvidos no processo que devem ser responsabilizados”.
O partido exige um pronunciamento do Presidente da República, do Conselho Constitucional, da Procuradoria-Geral da República e da Presidente da Assembleia da República, uma vez que considera “que não deve continuar calada diante da prisão, no estrangeiro, de um dos membros do Parlamento moçambicano tido como peça fundamental da mega-fraude que desgraçou o povo moçambicano”.