O Banco de Moçambique (BM) prevê uma maior pressão sobre a despesa pública no próximo ano, o que se deverá também aos esforços de reconstrução pós-ciclones Idai e Kenneth, desastres naturais que ocorreram em março e abril no Centro e Norte do país, respetivamente.
As projeções da entidade financeira para o médio prazo continuam a indicar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), bem como a redução do défice fiscal após donativos e, consequentemente, uma queda do nível de endividamento público, devido à maior eficiência na cobrança de receitas e ao uso de parte das mais-valias arrecadadas neste ano no valor de 880 milhões de dólares (cerca de 793 milhões de euros).
“Quanto à atividade económica, mantêm-se as previsões de recuperação em 2020, ainda assim, abaixo do seu potencial”, pode ler-se no relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação do BM.
A melhoria vai ser suportada pela reconstrução pós-ciclones, liquidação das dívidas do Estado com os fornecedores de bens e serviços e implementação dos projetos relacionados com a exploração de gás e petróleo na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.
“As reservas internacionais do país continuam em níveis confortáveis. Na primeira semana de dezembro, as reservas internacionais brutas situaram-se em USD 3.6 mil milhões, suficientes para cobrir mais de seis meses de importações, excluindo os grandes projetos”, informa igualmente o documento.
Quanto ao custo de vida, o Banco Central aponta para uma ligeira aceleração da inflação anual nos próximos três meses, mas prevê que a mesma continue baixa e sem comprometer os objetivos de estabilidade de preços.