O negociador da empresa Privinvest, Jean Boustani, divulgou um comunicado onde afirma estar pronto para ser ouvido no âmbito do caso das “dívidas ocultas”, cujo julgamento continua a decorrer em Moçambique.
No documento divulgado nesta quarta-feira, 08 de setembro, e publicado pela firma de advogados Azoury & Associates Law Firm, o visado começou por afirmar que vê de forma positiva o facto de o juiz Efigénio Baptista ter permitido a sua participação no julgamento.
No entanto, lembrou que o magistrado rejeitou a 17 de agosto um pedido para que prestasse declarações. “Teria testemunhado com prazer na ocasião, se ele o tivesse permitido”, disse o empresário acusado de pagar a altos funcionários do Estado moçambicano e a “facilitadores” privados no polémico esquema de corrupção.
Boustani, que nega ser francês e se assume como libanês, reiterou que o testemunho do atual Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, “é crucial aos interesses de uma justiça transparente e justa”.
Leia o comunicado na íntegra:
“Recebi de forma positiva o fato do Juiz Efigénio José Baptista me ter permitido testemunhar no julgamento que está ocorrendo em Moçambique. Na verdade, o Meritíssimo Juiz Efigénio José Baptista, por meio do Despacho datado de 17 de Agosto de 2021, havia anteriormente negado um pediUanas (através da PGR) alegaram acusações contra mim após a minha absolvição unânime na Corte Federal dos Estados Unidos em Nova Iorque de todas as acusações contra mim (incluindo alegadas violações de leis moçambicanas), o que me deixa mais convencido sobre a falta de credibilidade e as motivações políticas de todas as acções da PGR desde 2015. Além disso, e ao contrário das palavras do Meritíssimo Juiz Efigénio José Baptista, nunca afirmei durante o meu julgamento nos Estados Unidos da América que corrompi moçambicanos ou autoridades moçambicanas. Terei todo o gosto em fornecer ao Meritíssimo Juiz todas as transcrições do meu julgamento nos Estados Unidos da América, caso tenha sido induzido em erro por terceiros, para que possa assumir a sua posição supostamente imparcial e independente ao longo do julgamento em Moçambique. Eu gostaria de corrigir, para informação da PGR, que eu sou um cidadão libanês e que não possuo nacionalidade francesa. Eu também solicito que a PGR responda a demanda oficial das autoridades Libanesas para apresentar os detalhes das alegadas acusações ao invés de se manter em silêncio até a presente data. Finalmente, estou disposto e pronto para comparecer perante Vossa Excelência Juiz Efigénio José Baptista, assim que possível por videoconferência, realçando que qualquer processo burocrático proposto pela PGR pode consumir muito tempo e procedimentos e eu acredito que o meu testemunho (e de Vossa Excelência Presidente Filipe Nyusi) é crucial aos interesses de uma justiça transparente e justa.
Jean Boustani”