As autoridades locais e as agências humanitárias ainda não avançaram um número para o total de deslocados devido ao ataque ocorrido na passada quarta-feira, 24 de março, em Palma.
O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou o controlo da referida vila, localizada na província de Cabo Delgado, a Norte de Moçambique.
Sabe-se, no entanto, que se tratam de pelo menos mil pessoas aquelas que fugiram de Palma. Entre as vítimas estão várias crianças, tendo muitas delas encontrado refúgio até esta segunda-feira, dia 29, na península de Afungi.
No local as vítimas pediram água, comida e transporte à petrolífera Total e às autoridades moçambicanas, segundo informações dadas por uma sobrevivente à imprensa.
Enquanto não há solução para este problema, os deslocados dormem nas ruas, na escola, na secretaria do posto administrativo e em outros locais que encontrarem na aldeia Quitunda. Esta foi construída de raiz para reassentar quem morava no perímetro do investimento, tendo capacidade para acolher 1.200 pessoas.
Existem relatos de residentes sobre o facto de haver vítimas que passam mais de dois dias sem comer. Os habitantes locais mencionaram que os grupos armados atacaram na mesma altura em que chegou a Palma um barco com comida e outros mantimentos.
Para agravar a situação, a rede de água de Quitunda deixou de funcionar. Já as comunicações móveis continuam instáveis e a rede sem fios do projeto de gás tem sido uma alternativa.
Casos urgentes de feridos, grávidas ou doentes têm sido transportados em aviões de apoio humanitário para Pemba. As viagens de navio têm sido organizadas pela Total e pelas autoridades moçambicanas, que transportaram milhares de pessoas para a capital provincial, 200 quilómetros a Sul.