A Oxford Economics avaliou a deflação registada em junho em Moçambique. Segundo esta consultora, trata-se do resultado da descida de preços dos bens alimentares e dos transportes. Este cenário abre assim espaço para uma redução das taxas de juro.
O país registou uma deflação mensal de 0,55% no mês passado. Os dados foram publicados no boletim do Índice de Preços no Consumidor (IPC) do Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Prevemos que a taxa média de inflação fique abaixo dos 2,8% registados em 2019 e vemos espaço para o Banco de Moçambique baixar a taxa de juro de referência em 1,5 pontos percentuais até final deste ano, devido à previsível fragilidade da economia em 2020 e às ainda relativamente altas taxas de juro”, escreveu o analista Gerrit van Rooyen numa análise sobre a subida dos preços no país.
A tabela dos últimos 29 meses indica então que o país tem registado deflação mensal aproximadamente a meio do ano. Tal ocorreu em junho de 2018 (0,12%) e igualmente entre maio e julho de 2019 (0,31%, 0,23% e 0,31%, respetivamente).
Entretanto, o metical desvalorizou-se quase 10% desde o princípio do ano e, “como Moçambique é um importador da maioria dos bens de consumo, uma moeda mais fraca é fortemente associada com uma subida dos preços”.
Gerrit van Rooyen conclui também que “as perturbações na cadeia de abastecimento e a consequente escassez de produtos devido ao impacto da pandemia da Covid-19 podem temporariamente aumentar os preços de alguns bens de consumo”.