O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla inglesa) divulgou que o número de deslocados internos no Norte de Moçambique, devido aos frequentes ataques armados ocorridos na província de Cabo Delgado, duplicou desde março.
O número avançado de deslocados corresponde a 250 mil, de acordo com a informação mais recente.
“Estima-se que pelo menos 250.000 pessoas estejam deslocadas em Cabo Delgado, enquanto outras 5.500 seguiram para Nampula e mais 100 para o Niassa”, províncias vizinhas. Estes são assim os dados apurados pela Organização Internacional das Migrações (OIM).
Os números avançados representam “mais do dobro de pessoas deslocadas em março de 2020 (eram cerca de 110.000), sendo que muitas tiveram de procurar novos abrigos várias vezes”.
É também mencionado que a falta de água potável e saneamento, agravada por inundações no início do ano, “levou a um surto de cólera, com mais de 1.200 casos e 18 mortes relatadas na província até 01 de julho”, segundo o OCHA.
Já a insegurança alimentar aumentou “devido à combinação do ciclone Kenneth, inundações e violência”.
Além de ser um alvo constante de invasões, Cabo Delgado tem sido um foco de Covid-19. É nesta província que se concentra cerca de um quarto dos cerca de mil casos de infeção pelo novo coronavírus registados no país.