Dez ex-guerrilheiros da Renamo foram promovidos a várias patentes na Polícia da República de Moçambique (PRM), no âmbito dos consensos alcançados entre o Governo e o maior partido da oposição no país para a paz efetiva.
A cerimónia ocorreu na cidade de Pemba, localizada na província de Cabo Delgado, e foi dirigida pelo Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael.
Segundo o próprio, ainda neste ano será dado início ao processo de certificação dos agentes da lei e ordem. O objetivo é avaliar o seu estado de saúde e o nível de prontidão para a realização de missões operativas.
Bernardino Rafael disse que será introduzido um novo cartão de identificação dos agentes da PRM, além de ter aproveitado a ocasião para desafiar os oficiais provenientes da Renamo a despirem as cores partidárias no exercício das suas funções.
Obedecer aos estatudos da PRM
O Comandante-Geral da Polícia lembrou a esses oficiais que passam a obedecer nas suas funções a um único comando, baseado nos estatutos da PRM.
“Qualquer comando fora destas significa violação flagrante dos instrumentos legais da PRM. Portanto, cumpram com zelo e responsabilidade e não se deixem influenciar com nada, porque somos uma família, sob pena de vocês próprios criarem estigma. Nós somos um, Polícia da República de Moçambique”, declarou.
O patenteamento aconteceu dias após ter decorrido o registo de ex-guerrilheiros da Renamo em Muxúnguè, distrito de Chibabava, na província de Sofala. Tal foi feito igualmente no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens armados da Renamo.
Em Muxúnguè está previsto desarmar, desmobilizar e reintegrar cerca de 251 antigos guerrilheiros do partido liderado por Ossufo Momade. Ao todo, o processo de DDR prevê alcançar cerca de cinco mil guerrilheiros, tendo 340 sido abrangidos até ao momento.
De acordo com o Presidente da República, Filipe Nyusi, a conclusão do processo de DDR está prevista para julho de 2021.