O antigo ministro dos Transportes e Comunicações Paulo Zucula está envolvido num processo que teve início nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, uma vez que é acusado de receber subornos do fabricante brasileiro de aviões, Embraer.
O visado é suspeito de ter aceitado subornos enquanto membro do Governo para facilitar a aquisição de duas aeronaves pela companhia aérea moçambicana LAM.
São também arguidos neste caso o ex-presidente das linhas aéreas moçambicanas (LAM), José Viegas, e o consultor da Embraer, Mateus Zimba, ex-diretor da empresa General Electrics em Moçambique, por serem indiciados da prática de sobrefaturação num valor que corresponde a cerca de 400 mil dólares (365.264 euros).
Zucula, Viegas e Zimba são acusados de terem recebido subornos no valor de 800 mil dólares (730.527 euros) da Embraer entre 2008 e 2010. O Ministério Público moçambicano imputa ainda a Zucula os crimes de participação económica em negócio e branqueamento de capitais.
O ex-ministro dos Transportes e Comunicações responde a este processo em liberdade. No entanto, encontra-se detido preventivamente desde junho do ano passado devido a suspeitas de ter recebido valores que variam entre 135 mil dólares e 315 mil dólares (123 mil e 287 mil euros) para facilitar a adjudicação de obras do Aeroporto de Nacala, na província de Nampula, à construtora brasileira Odebrecht.
Em março do ano passado, Zucula já tinha sido condenado a 14 meses de prisão por autorizar o pagamento de salários indevidos a gestores do Instituto de Aviação Civil de Moçambique. Essa pena não chegou a cumprir-se por ter sido convertida em multa.