A elite da Frelimo terá lucrado com o gás em Inhambane em vez do Estado. Esta é a conclusão de um estudo detalhado a ser publicado na revista ‘The Extractive Industries and Society”.
O documento indica que o partido no poder em Moçambique obteve ganhos através da administração, “de forma criativa”, do contrato e das vendas domésticas de gás.
A Sasol desenvolveu os campos de gás de Pande e Temane desde 2001. Foi esta empresa de petróleo da África do Sul que construiu um gasoduto de 865 quilómetros para o seu país.
O referido projeto era propriedade maioritária da Sasol e parte da Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), uma subsidiária da Empresa Estatal de Petróleo e Gás (ENH). Outra parte cabia à International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial.
Entretanto, igualmente em 2009, parte da CMG passou para acionistas privados. Os visados eram “todos direta ou indiretamente relacionados à nomenklatura da Frelimo” e tal foi, alegadamente, feito sem registo público ou sem se saber se os visados pagaram pelas ações.
Também em 2009 um grupo de empresas constituiu-se assim para usar o gás em Inhambane. Segundo o estudo mencionado, tratou-se de um cuidadoso equilíbrio de sub-grupos ligados às fações de Joaquim Chissano, Armando Guebuza e a holding SkjmnPI da Frelimo. Até 75% do gás alocado a esses grupos serviu para gerar eletricidade.