Zita Joaquim, responsável pela administração financeira e contabilística da Fly Modern Ark (FMA) revelou que a FRELIMO é uma das entidades que está fora da lista de voos a crédito da companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), face a uma dívida de 22 milhões de meticais, dos quais pagou apenas cinco milhões de meticais. O responsável pela gestão da FMA reconhece que este é um problema da responsabilidade da companhia, já que deixou acumular estes valores em atraso, e adiantou que existem várias empresas públicas e privadas na mesma situação de dívida. No entanto, Zita Joaquim, afirmou que existe, desde junho, um plano de pagamento para regularização da situação.
A Fly Modern Ark diz que a LAM saiu de risco de insolvência, tendo recuperado 47,3 milhões de dólares, de um total de 60 milhões de dólares devidos por entidades públicas, em maior percentagem, e entidades privadas. “A posição de endividamento reduziu-se e, por conseguinte, a LAM deixa de ser considerada tecnicamente insolvente. A Fly Modern Ark suspendeu todas as condições de crédito na venda de bilhetes, por isso aumentou a receita de vendas em 15%. Em relação ao valor dos 47,3 milhões de dólares, não houve injeção por parte do Governo,” informou Sérgio Matos, gestor de Projeto de Reestruturação da Fly Modern Ark.
O gestor acrescentou que foi necessário proceder a uma “intervenção um pouco agressiva” para recuperar os valores em dívida por parte de alguns clientes que há muito estavam em situação de incumprimento. Estas ações permitiram “ter boa recuperação do valor para a companhia.”
A Fly Modern Ark vai introduzir mais duas aeronaves, de um total de 15 previstas e vai injetar mais dinheiro na LAM. “Vamos trazer a frota. Se tudo correr bem, penso que, em duas ou três semanas, teremos mais duas aeronaves aqui, em Maputo, e as outras vamos fazer faseadamente.”
A reativação de rotas internas e externas também está a ser equacionada. “Neste momento estamos a preparar o plano de rotas e uma das coisas que consta é a reabertura dos hubs da Beira e dos hubs de Nampula. Vamos reabrir algumas rotas intercontinentais que, nesse caso, a primeira fase vai ser Maputo–Portugal. As fases subsequentes vão ser Maputo–São Paulo, no Brasil; Maputo–Guang Zo, na China; Maputo–Bombaim, na Índia; Maputo–Dubai, na África do Sul.”
Atualmente a LAM opera com sete aviões e conta com 753 funcionários, sendo que 112 estão afetos a cada aeronave. Com a chegada de novos aviões, haverá a necessidade de reestruturar a distribuição dos funcionários.
Aurélio Sambo – Correspondente