O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), no seu Boletim sobre Direitos Humanos, publicado ontem, refere que circula nas redes sociais uma mensagem em “tom ameaçador” contra a integridade física de Graça Machel, ativista social, veterana da Luta de Libertação Nacional, membro do partido FRELIMO e viúva do primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Moisés Machel.
“A referida mensagem consta de um website cuja autenticidade é duvidosa, mas que se percebe claramente que o objetivo é ameaçar a vida e integridade física de Graça Machel”, lê-se no documento publicado pela organização não governamental. O CDD recorda que Graça Machel teceu, através de “uma carta”, críticas aos resultados eleitorais considerados “fraudulentos”. Além de criticar os resultados eleitorais, Graça Machel atacou a atual gestão da FRELIMO que considerou ter sido “tomada por um grupo minoritário”.
A ONG indica ainda que o Presidente do Conselho de Administração da TV Sucesso, Gabriel Júnior, também está a ser alvo de ameaças de morte. O CDD entende que estas situações “representam uma afronta aos direitos humanos, porquanto incidem sobre a integridade física e a vida, dois importantes direitos humanos e fundamentais dos cidadãos”. E assim, o CDD exige investigação célere para a identificação dos autores das ameaças.
Recentemente, muitas vozes da arena política moçambicana têm referido a existência de uma crise interna na FRELIMO com a possibilidade da existência de infiltrados no partido. Estas acusações foram desmentidas pela porta-voz do partido, Ludimila Magune, e pelo primeiro secretário em Maputo, Avelino Muchine. Estes responsáveis políticos afirmam que se “trata de uma opinião particular de Graça Machel. A FRELIMO não está em crise. Toda a máquina interna está em pleno funcionamento, como prova disso são os resultados das eleições autárquicas onde ganhou todas 64 das 65 autarquias.”
Aurélio Sambo – Correspondente