O Instituto Nacional de Saúde (INS)de Moçambique anunciou, esta semana, o fim da terceira vaga da COVID-19 no país, a fase mais mortífera em que se registou uma média de 1.500 contaminações diárias e mais de 30 óbitos.
De acordo com Ministério da Saúde(MISAU), desde que a pandemia da COVID-19 eclodiu no país, nunca antes tinha infectado e matado tanto, como aconteceu na terceira vaga, que teve a confirmação oficial no mês de Junho de 2021.
Um mês depois, o país viu-se mergulhado em um surto que desafiou o Sistema Nacional de Saúde, esgotou o limite de internamentos e obrigou as autoridades a adoptarem medidas restritivas mais gravosas, como forma de conter a rápida e assustadora propagação da pandemia do novo Coronavírus.
Só nos primeiros sete dias do mês de Julho, Moçambique tinha registado pouco mais de 7.081 casos de COVID-19 e 56 óbitos, tendo o ministro da saúde, Armindo Tiago, declarado que “no mês de Junho foram registados seis vezes mais casos e duas vezes mais óbitos que no mês de Maio, acrescentando que o número de casos e óbitos que registados nos primeiros dias de Julho confirmavam a tendência do aumento crítico da transmissão do novo Coronavírus em Moçambique”.
Face a esta realidade, várias medidas foram tomadas, dentre elas a aceleração e aumento do raio de abrangência dos processos de vacinação massiva, que passaram a incluir, entre outros, a população com idades igual ou superior a 50 anos, vivendo em zonas urbanas, motoristas e cobradores de transportes públicos de passageiros, táxis e moto táxis.
Como resultado dos esforços do Governo e da resposta positiva por parte dos cidadãos, assistiu-se nas últimas duas semanas, uma tendência decrescente do nível de contaminações, conforme explicou a directora nacional-adjunta de Saúde, Benigna Matsinhe, falando a jornalistas, durante a conferência de imprensa.
“Assinalamos nos primeiros 13 dias de Setembro, 2.943 novos casos e 107 internamentos hospitalares, contra 15.385 e 649 havidos em igual período do mês de Agosto, uma redução em 12.442 e 542 internamento”.
No mesmo período em análise, o país registou 30 óbitos contra 256 em Agosto, uma redução em 226 mortes, o equivalente a uma descida em 88 porcento.
Ora, com registos que variam de 50 a 100 casos positivos e de 0 a 5 mortes diárias pela COVID-19, o Instituto Nacional de Saúde confirma o fim da terceira vaga da doença, entretanto acautela.
“Claramente que atingimos o pico e estamos no fim da terceira vaga da pandemia. Mas sabemos que esta terceira vaga esteve caracterizada por uma heterogeneidade, o que pode trazer o risco de, em algumas regiões do país, uma situação mais tardia de eclosão de contaminação e picos, por isso apelamos para o contínuo respeito as medidas já conhecidas”, esclareceu Sérgio Chicumbe, director nacional para área de Inquérito e Monitoria de Saúde do INS.
O Ministério da Saúde já tem em vista o arranque da terceira fase da vacinação contra a COVID-19 e prevê abranger pessoas com idade igual ou superior a 50 anos nas áreas rurais e entre 40 a 49 anos, nas zonas urbanas.
Entretanto, o director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS) Ilesh Jane, diz haver evidências de que a variante Delta do novo coronavírus está circular em outros pontos do país, além da província de Tete, onde foi diagnosticado o primeiro caso, a nível nacional.
Ilesh Jane justificou o posicionamento com o nível de agravamento da situação do novo coronavírus no país.
“Esta variante Delta por ser extremamente transmissível provoca uma explosão da transmissão ao nível da comunidade, há uma subida muito rápida de casos. É este comportamento da pandemia que nós estamos a verificar em várias províncias do país e portanto assumimos que variante Delta está sim presente em outros pontos do país, para além de Tete onde foi laboratorialmente demonstrado”, disse.
O director-geral do Instituto Nacional de Saúde falava na manhã desta sexta-feira 17 de Setembro em um programa da Rádio Moçambique.
Aurelio Sambo