Além de tanzanianos, cidadãos de alguns distritos de Nampula, foram várias vezes indiciados de filiação em grupos terroristas, que desde 2017 aterrorizam parte do norte de Moçambique.
Os muçulmanos que estão em Nampula referem que os terroristas, que atacam em Cabo Delgado e também na província de Niassa, estão a instrumentalizar jovens em nome do Islão, para fomentar terrorismo e banditismo.
Esta é a posição do sheik Abdul Latifo, que orientou as cerimónias do Eid-Ul-fitir, no recinto da escola secundária de Nampula, esta segunda-feira, para quem as lideranças irão identificar e denunciar, todas condutas que levam a prática de crimes a coberto das escrituras do alcorão.
“Vamos usar todos os meios que estão ao nosso alcance, trazendo narrativas alternativas aos vossos discursos maléficos. Iremos alertar aos nossos jovens para que não caiam nas vossas malhas venenosas, iremos bloquear qualquer tentativa de instrumentalização dos nossos jovens” disse, lamentando a perda de vidas humanas e destruição de vários edifícios.
O sheik Abdul Latifo, lançou duras críticas contra os terroristas, num sermão considerado como um dos que mais repudiou as acções terroristas contra a população de Cabo Delgado nos últimos momentos.
No recinto também esteve o governador de Nampula, Manuel Rodrigues, que perante centenas de muçulmanos, vincou para uma convivência harmoniosa entre as religiões. “Encorajar os irmãos muçulmanos da nossa província, em particular e do país no geral, a multiplicarem esforços, visando tornar a nossa sociedade um espaço de convivência harmoniosa e pacífica entre cidadãos de diferentes denominações religiosas”.
Na província de Nampula, o fim do ramadão foi celebrado em todos distritos, sendo que só na cidade de Nampula, havia sido identificados 15 campos e lugares públicos para acolher os muçulmanos.