Moçambique: Ivone Soares nega envolvimento com a Junta Militar da Renamo

A chefe da bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares, desmentiu qualquer envolvimento seu no financiamento dos homens armados da autoproclamada Junta Militar da Renamo (JMR), chefiada pelo general Mariano Nhongo, que reivindicou ataques no centro de Moçambique.

“Sempre que me envolvi em assuntos militares foi única e exclusivamente para procurar a paz para Moçambique”, garantiu.

“Porquê hoje iria querer guerra para Moçambique se não quis e nem me envolvi em nenhuma ação bélica?”, acrescentou.

Esta reação da dirigente da bancada do maior partido da oposição no país surge após dois supostos elementos da JMR, apresentados pela polícia, terem dito à imprensa, na semana passada, que o grupo é apoiado por deputados da formação política.

“O apoio que tínhamos para recrutar jovens para levar ao mato vinha de Manuel Bissopo, Elias Dhlakama, Sandula, Muchanga, Ivone Soares (…) que queriam proteger e dar-nos o salário”, afirmou Carlos Leão, um dos detidos apresentados em Quelimane, capital da Zambézia.

Outros detido, António Bissopo, primo do antigo Secretário-Geral da Renamo, mencionou que soube de Leão que “o apoio vem de deputados”.

Estes dois membros da JMR integram o grupo de seis indivíduos que a polícia moçambicana apresentou como recrutadores do grupo comandado por Nhongo.

Ivone Soares referiu ainda que tentou aproximar Nhongo e o presidente da Renamo, Ossufo Momade, mas sem sucesso. “A pedido do líder do meu partido, o general Ossufo Momade, fiz contactos com o general Nhongo para ver se havia entendimento, mas ele disse categoricamente que não quer negociação com o partido Renamo, com Ossufo Momade,” contou.

A deputada lembrou que o chefe da JMR já disse “que quer fazer contacto direto com o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi”, não reconhecendo a autoridade Momade, que substituiu o falecido Afonso Dhlakama no cargo de líder da organização política.

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