O jornalista Rui Minja, correspondente da TV Sucesso em Cabo Delgado, foi ameaçado de morte após publicar uma matéria crítica sobre a actuação da Polícia da República de Moçambique (PRM). A reportagem, veiculada em agosto, abordou a proibição de uma festa na praia de Wimbe, em Pemba, organizada por apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Desde a publicação da matéria, Minja tem sido alvo de ameaças severas, incluindo chamadas ameaçadoras e visitas noturnas à sua residência. Segundo o MISA Moçambique, na madrugada de sábado, 24 de agosto, o jornalista recebeu uma chamada de um número desconhecido, sendo informado que um veículo estava estacionado em frente à sua casa. Embora tenha contactado a polícia e colegas jornalistas, o carro havia desaparecido quando a polícia chegou ao local.
Explica o MISA que no dia seguinte, um boné da PRM foi encontrado em frente à residência de Minja, apesar de a polícia afirmar que nenhum de seus agentes estava usando tal boné. Já a 28 de agosto, Minja recebeu uma nova ligação com uma ameaça explícita, alegando que um indivíduo havia sido contratado para matá-lo devido a uma disputa familiar sobre um imóvel, exigindo o pagamento de 7.000 meticais para desviar do plano. Aflito, o jornalista transferiu 5.500 meticais, mas as ameaças continuaram.
O MISA Moçambique expressa profunda preocupação com a situação e condena as ameaças contra o jornalista, destacando que essas acções são um ataque direito à liberdade de imprensa. A organização fez um apelo às autoridades moçambicanas para uma investigação urgente e eficaz, e exigiu a garantia de segurança para Rui Minja e outros jornalistas em Cabo Delgado e em todo o Moçambique.
Queixas foram registadas junto ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), à PRM e à Procuradoria-Geral da República (PGR), enquanto o MISA reiterou a importância da protecção dos profissionais de imprensa para assegurar a continuidade do trabalho jornalístico livre e independente, essencial para uma democracia saudável.