O líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo (JMR), Mariano Nhongo, informou que iniciou contactos com o Governo moçambicano, sob mediação do embaixador da Suíça, com o objetivo de renegociar os acordos de paz, além de reafirmar a cisão com a presidência de Ossufo Momade.
Segundo Nhongo, foi enviado à Presidência um caderno com todas as reivindicações do grupo, que espera obter uma resposta do Governo nos próximos dias. “O documento mandei na segunda-feira [23 de setembro], vai chegar as mãos do embaixador da Suíça e o embaixador vai fazer chegar o documento ao Governo”, esclareceu em declarações via telefone, sem ter avançado mais detalhes.
No entanto, minimizou a informação que anda a circular em relação à sua intenção de se reunir com Momade, a quem contesta a liderança da Renamo desde junho por este ter alegadamente desviado, na nova negociação de paz, o espírito dos acordos assinados com o falecido líder Afonso Dhlakama.
“A Junta Militar nunca mais se juntará ao Ossufo”, garantiu, negando a pretensão do grupo em apoiar a campanha eleitoral. “A Junta Militar é a própria Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), nunca juntará mais com a Renamo unida (de Ossufo Momade)”, salientou, insistindo que os acordos do líder do partido, assinados em agosto, “traíram a organização”.
O dirigente da JMR disse que o grupo reivindica assumir oficialmente todos os poderes de decisão e administração ligados à Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR) da Renamo, querendo ainda renegociar a integração dos guerrilheiros no exército, nas várias especialidades da Polícia da República de Moçambique (PRM) e no Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), a inteligência moçambicana.