O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, afirmou que a violência armada ocorrida na província de Cabo Delgado é o resultado da desigualdade social e pobreza das populações. Para o dirigente, o Governo mostra-se incapaz de resolver a situação.
“Esta guerra tem um histórico de vários problemas não resolvidos ao longo de anos, associados a erros de governação, que empurram a população a desigualdades sociais e níveis de pobreza agudas, o que facilitou a organizações internas e externas financiarem este terrorismo, mas o seu rápido alastramento é indicador da ausência de capacidade, eficácia e eficiência interna”, declarou.
A afirmação foi feita durante uma conferência de imprensa, realizada nesta quarta-feira, 29 de abril, que foi convocada para comentar a declaração à nação do Presidente da República, Filipe Nyusi, sobre os 100 dias de governação do seu segundo mandato.
Simango disse que esperava ter ouvido do chefe de Estado moçambicano um pronunciamento sobre as 162 mil pessoas afetadas pela violência em Cabo Delgado, onde pelo menos 500 pessoas morreram devido às incursões armadas desde Outubro de 2017.
“Esperávamos ouvir o que está a ser feito para cuidar dos deslocados, que se confinam nas capitais das vilas distritais sujeitos a mortes devido a fome e doenças”, criticou.