O actual chefe da bancada do Movimento Democrático de Moçambique na Assembleia da República, Lutero Simango, foi eleito presidente do partido com um total de 452 votos, correspondentes a 87,9 por cento contra 9,9 por cento de Silvério Ronguane.
O outro concorrente, que vinha desempenhando o cargo de secretário geral, José Domingos, retirou a candidatura depois de ver reprovado pelos congressistas o relatório de actividades e de execução financeira no período de cerca de 10 meses que esteve em frente do partido.
A eleição aconteceu na madrugada de domingo dia 5 de Dezembro no último dia do III congresso que decorreu na cidade da Beira.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) estava sem presidente desde fevereiro passado, depois da morte por doença do seu então líder fundador, Daviz Mbepo Simango.
Engenheiro mecânico de profissão, Lutero Simango, assume a presidência num momento em que as atenções estão viradas para a recuperação da imagem do partido depois das últimas derrotas eleitorais.
No seu palmarés político destaca se o facto de ter sido presidente do Partido de Convenção Nacional(PCN) e membro da Coligação Renamo União Eleitoral durante a II Legislatura multipartidária. Está a cumprir o quarto mandato como deputado da Assembleia da República.
O secretário-geral do MDM, José Domingos, que era candidato à presidência do partido antes do início do congresso, desistiu da disputa, horas antes da votação, alegando falta de transparência no processo.
“Retiramos a nossa candidatura porque vimos que tinha no processo muitas irregularidades e que também havia um candidato previlégiado que a todo custo devia passar, isto é devia ganhar. Desde o princípio mesmo na organização do congresso tudo não estava claro havia participantes fantasmas, em resumo, o processo não foi democraticamente transparente” comentou Vasco Abrão,mandatário do candidato José Manuel.
Participaram no pleito 514 dos 600 congressistas que participam na reunião magna do terceiro partido moçambicano. O terceiro congresso do MDM elegeu ainda 84 novos membros do Conselho Nacional, o órgão mais importante da organização no intervalo entre congressos.
Lutero Simango vai suceder ao seu irmão mais novo, Daviz Simango, que morreu em fevereiro vítima de complicações de saúde. Daviz Simango foi único presidente do MDM desde a sua criação, em 2009.
O MDM governa o município da Beira, segunda maior cidade do país, e tem seis deputados na Assembleia da República (AR). A FRELIMO detém uma maioria qualificada de 184 dos 250 assentos e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), a principal força de oposição, detém 60
Aurelio Sambo – Correspondente