O ministro das Finanças, Adriano Maleiane, foi identificado como um dos três co-conspiradores moçambicanos do caso das dívidas ocultas, sendo os restantes o ex-Presidente de Moçambique Armando Guebuza e a antiga vice-ministra da Economia e Finanças Isaltina Lucas.
Estas identificações foram feitas pelo procurador Hiral Mehta, na acusação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA), no último dia do julgamento do arguido Jean Boustani, em Brooklyn.
Maleiane ocupava o cargo de ministro da Economia e Finanças na altura em que ocorreu a troca dos títulos de crédito da empresa moçambicana EMATUM com garantias do Estado, tendo viajado para Nova Iorque com os investidores. Ainda segundo Mehta, o governante sabia que Moçambique estava a mentir ao Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre os empréstimos EMATUM e Proindicus, tendo ocultado essa informação do público e dos investidores.
Os três nomes referidos constam da acusação da EMATUM, mas encontram-se ocultos, aparecendo apenas a descrição dos actos que praticaram. Adriano Maleiane é descrito nesse documento como co-conspirador 1, sendo Armando Guebuza o co-conspirador 2 e Isaltina Lucas o co-conspirador 3.
Se houver mais dados sobre este envolvimento, os co-conspiradores podem vir a ser constituídos arguidos no processo que decorre nos EUA e que tem outro três réus de origem moçambicana, entre os quais Manuel Chang, António Carlos do Rosário e Teófilo Nhangumele, encontrando-se o primeiro detido na África do Sul e os dois últimos em Maputo.
Dos três novos co-conspiradores, apenas Guebuza se encontra detido. Já Isaltina Lucas foi demitida do cargo de vice-ministra das Finanças em fevereiro deste ano e Maleiane mantém-se como ministro das Finanças.