A moeda moçambicana continua em depreciação no início de 2019, estando cotada acima dos 62 meticais (0,87513 euros) por dólar norte-americano. Já as taxas de juro a retalho continuam em alta. Apesar de o Banco de Moçambique (BM) e a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) terem retomado a descida da Prime Rate, a taxa de juro média de crédito continua acima dos 23%.
Após alguma apreciação durante o 2º semestre de 2018, o metical inverteu a sua trajetória em relação à principal divisa, tendo estado cotado a 60,61 meticais (0,85551 euros) por dólar em finais de outubro e sido depois depreciado para 61,48 (0,86779 euros) no início de dezembro, terminando o ano de 2018 nos 62,06 meticais (0,87598 euros), igual à taxa de câmbio praticada pelos bancos comerciais no dia 2 de janeiro de 2019.
Outra prova de que a crise económica e financeira ainda não terminou em Moçambique é o elevado custo do dinheiro. Apesar de a 31 de dezembro o BM e a AMB terem retomado a descida do Indexante Único para 14,70%, que desde 31 de outubro estava nos 15%, o que baixou a Prime Rate dos anteriores 20,20% para 19,90%, a taxa de juro média de crédito a retalho situa-se neste início de ano acima dos 23%, para o prazo de um ano, tal como esteve durante o último trimestre do ano passado. Isto porque os bancos comerciais não mexem nas suas margens de lucro há mais de três meses.
O presidente da AMB, Teotónio Comiche, deu poucas esperanças do custo do dinheiro chegar a um dígito em 2019. “Não posso dizer porque isso depende fundamentalmente do comportamento do mercado. Se a economia continuar a avançar como está a avançar, eu espero que a situação seja boa para todos, porque a questão das taxas de juro é muito importante não só para a população, mas para os bancos. Quanto mais tivermos taxas de juro razoáveis ganhamos todos”, declarou em entrevista ao jornal “@Verdade”.