Venâncio António Bila Mondlane apresentou hoje oficialmente a sua demissão de membro do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) à delegação política do partido, alegando “incompatibilidade e constrangimentos” no exercício das suas funções.
Mondlane renunciou também ao cargo de deputado na Assembleia da República de Moçambique, na qualidade de relator da bancada do MDM, invocando os mesmos motivos, acrescentando que não se revê mais no posicionamento actual do partido.
Refira-se que o MDM é a terceira maior força política do país, fundado em 2009 a partir de uma dissidência da Renamo e liderado pelo edil da Beira, Daviz Simango.
O MDM tem 3 municípios nos quais conta como força da oposição: Maputo, Beira e Quelimane.
O partido tem vindo a ser acusado de “falta de democracia”, considerado um “partido que está quebrado”, e que sendo “uma dissidência da Renamo” serve apenas para dizer que “estamos aqui porque estamos contra”.
Venâncio Mondlane foi indicado pelo MDM como cabeça de lista por Maputo para as eleições autárquicas de outubro próximo, tendo recusado a 15 do corrente a indicação do partido, dizendo que: “Eu, Venâncio Mondlane, não sou cabeça de lista do MDM, não serei e não quero ser cabeça de lista do MDM. Não sou candidato a presidente do Conselho Municipal de Maputo pelo MDM”. Acrescentando que “este anúncio que vai ser feito ou que já tenha sido feito é verdadeiramente falso e não veio de mim, não tem o meu consentimento, não tem o meu aval. É, para todos efeitos, um anúncio nulo”.
Segundo fontes locais, o MDM poderá vir a perder os grandes centros urbanos que detinha, inclusive a Beira, dado a reconfiguração da Renamo e as sucessivas dissidências e demissões de membros do MDM.