Moçambique: Nhongo diz que vai retaliar se Junta Militar da Renamo continuar a ser atacada

O líder da Junta Militar da Renamo (JMR), Mariano Nhongo, denunciou que uma base de guerrilheiros do partido, que apoiam o referido grupo, foi atacada no centro de Moçambique.

Segundo o próprio, um contingente das Forças de Defesa e Segurança (FDS) invadiu uma base do grupo em Chipindaumwe, distrito de Gondola, e disparou contra os guerrilheiros que ali se encontravam entrincheirados.

Nhongo avisou que a JMR vai responder à ofensiva se as FDS atacarem novamente e se a Frelimo e a Polícia da República de Moçambique (PRM) continuarem a deter e a perseguir membros dos partidos da oposição, tendo prometido que dará ordens para atacar na via pública todas as caravanas do partido no poder e das FDS.

Recorde-se que foi no início de setembro que o grupo denunciou um plano de ataque às suas bases por forças estatais, acusando o presidente da maior força política da oposição, Ossufo Momade, de ter dado as coordenadas das bases dos guerrilheiros contestatários.

Entretanto, a PRM veio afirmar que desconhece o ataque denunciado pelo representante da JMR. De acordo com o comandante-geral Bernardino Rafael, o Governo não pretende exercer nenhuma ação contra o grupo.

“Se foi atacada ou não, não sabemos, é tarefa da polícia perseguir assassinos, não a junta, a junta tem a ver com a Renamo e a Renamo vai resolver”, disse aos jornalistas esta segunda-feira, dia 09. “A polícia nunca está interessada na Junta Militar”, estando apenas interessada quando se trata de um “grupo de criminosos, que podem alterar a ordem e segurança”.

“O país nunca parou [por causa da autoproclamada Junta]”, acrescentou.

Apesar de as hostilidades entre o Governo e Renamo terem cessado em dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente subscrita através de acordos assinados no mês passado, o grupo liderado por Nhongo permanece nas matas, não querendo reconhecer Momade como líder da Renamo nem os acordos assinados por este, nomeadamente os que regulam o desarmamento e reintegração dos guerrilheiros na sociedade.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *




Artigos relacionados

Moçambique: 650 sacos com pontas de marfim apreendido no Porto de Maputo

Moçambique: 650 sacos com pontas de marfim apreendido no Porto de Maputo

O Serviço de Investigação Criminal (SERNIC) e a Autoridade Tributária de Moçambique interceptam e apreenderam nesta quinta-feira, um contentor, no…
Guiné-Bissau: Frente Social convoca nova vaga de greves na Educação e Saúde

Guiné-Bissau: Frente Social convoca nova vaga de greves na Educação e Saúde

Frente Social dos Sindicatos dos sectores de Saúde e Educação convocou uma nova vaga de paralisações de 8 a 10…
Moçambique: Câmara de Comércio e Banco Comercial e de Investimentos apostam no apoio a mulheres empresárias

Moçambique: Câmara de Comércio e Banco Comercial e de Investimentos apostam no apoio a mulheres empresárias

A Câmara de Comércio de Moçambique (CCM) reuniu, no início da semana, com a direção de Marketing do Banco Comercial…
Venezuela: Ministro do Petróleo envolvido em plano de corrupção “não aparece” há um ano

Venezuela: Ministro do Petróleo envolvido em plano de corrupção “não aparece” há um ano

Um ano é o período de tempo que o outrora superpoderoso e rico ministro do Petróleo da Venezuela, Tarek El…