O líder da autoproclamada Juntar Militar da Renamo, Mariano Nhongo, revelou em entrevista que existe um plano que consiste em recrutar os guerrilheiros da Renamo, nas bases de acantonamento, para combater os insurgentes na província de Cabo Delgado.
Segundo o dirigente, o presidente da Renamo “Ossufo [Momade] já fez sentada com a Frelimo, para levar homens da Renamo para Cabo Delgado” com o objetivo de combater os grupos armados que assolam a referida província desde outubro de 2017. Recorde-se que a autoria do ataque recentemente ocorrido em Mocímboa da Praia foi reivindicada pelo Estado Islâmico.
De acordo com Nhongo, o plano do envio dos guerrilheiros, aquartelados nas bases do centro de Moçambique, foi arquitetado numa reunião militar que envolveu o Governo e a liderança da Renamo.
Um grupo de deputados, acrescentou, terá ido a algumas bases onde se encontram aquartelados os guerrilheiros no âmbito do processo de desmobilização, desarmamento e reintegração social para os alistar.
“Já organizaram homens e eu proibi. Tinham organizado três grupos para irem a Cabo Delegado”, partilhou.
“O que estão a exigir estes homens de Cabo Delegado? A exigência é a mesma. Nós não temos responsabilidade de ir a Cabo Delgado, aqueles são nossos amigos, porque o que eles estão a exigir é o que estamos a exigir também, porquê irmos lutar entre nós?”, interrogou.
O general acusou o secretário-geral da Renamo, André Magibire, e os deputados José Manteiga, Alfredo Magumisse, Domingos Ngundana e Enhumua Gomes de estarem a liderar o plano de envio dos guerrilheiros.
Quando questionado sobre estas acusações, André Magibire não confirmou nem desmentiu o plano de envio de guerrilheiros a Cabo Delgado, tendo dito apenas que é “infundado” o pronunciamento do líder da Junta Militar da Renamo.