O chefe de Estado de Moçambique, Filipe Nyusi, reafirmou que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla inglesa) abriu espaço para que o país recebesse apoios bilaterais no combate contra o terrorismo na província de Cabo Delgado.
“Nós somos um país soberano e a SADC respeita isso”, declarou. A observação foi feita durante uma visita a unidades militares posicionadas na província de Sofala.
O tema foi mencionado no âmbito da chegada de um contingente de mil homens do Ruanda, destacado para apoiar as forças moçambicanas no combate ao terrorismo em Cabo Delgado. O apoio virá nesta sexta-feira, 16 de julho, numa altura em que Moçambique aguarda igualmente a chegada da força conjunta designada pela SADC nos próximos dias.
No entanto, recorde-se que a intervenção de tropas ruandesas chegou a ser recentemente criticada pela ministra da Defesa da África do Sul, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, que referiu no sábado, dia 10, que lamenta que “aconteça antes de a SADC ter destacado a sua força”.
“Independentemente do acordo bilateral, seria expectável que a intervenção do Ruanda para ajudar Moçambique acontecesse no âmbito do mandato regional decidido pelos chefes de Estado da SADC”, criticou.
O auxílio de tropas ruandesas para apoiar as forças moçambicanas também foi criticado pela Renamo, que acusa o Executivo de violar a Constituição ao não ter colocado o assunto no Parlamento.