O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, desvalorizou o Índice de Democracia elaborado pelo jornal “The Economist”, que avalia anualmente 167 países e que, no ano passado, colocou Moçambique na 115.ª posição entre os “regimes autoritários”.
“Há algumas pessoas que consideram a democracia quando ganha aqueles que eles gostariam”, afirmou o governante em entrevista à RTP África e à RDP África, tendo realçado que o seu país não sofre um regime autoritário.
“Os estudos são feitos em função da amostra de onde a pessoa colhe a informação, depende de que amostra foi. Ou então há algumas pessoas que consideram a democracia quando ganha aqueles que eles gostariam, eu não sei qual era a preferência deles para que ganhasse para se considerar um país mais democrático”, defendeu, ao ser confrontado com os dados da referida publicação estrangeira.
Em reação à clarificação da jornalista, que disse que o Índice de Democracia tem a ver com as liberdades civis, o Chefe de Estado declarou “o que eu disse é preciso ter em conta, se vocês querem ser transparentes também têm que avaliar qual é a fonte e qual é a amostra que foi feita para se chegar à conclusão que é ou não democrático, e qual o que toma em conta para o grau de classificação”.
“De amostras feitas como estão a fazer as vossas entrevistas isso pode fazer qualquer pessoa, isso eu também gostaria que publicassem isso, não façam edições que depois podem cortar o que não vos interessa, isso também não é transparência de democracia”, acrescentou.
Esta não foi a primeira vez que Nyusi desvalorizou as avaliações mundialmente aceites e de referência, tendo o mesmo também ocorrido durante o mandato de Armando Guebuza, que questionou o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas e o relatório de Doing Business do Banco Mundial, entre outros.