O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reuniu o Governo em Cabo Delgado para realizar uma visita de trabalho. Tal ocorre dias após o governo provincial ter anunciado que os ataques armados na referida província já afetaram 156.400 pessoas, entre as quais 25.000 crianças, que perderam bens ou foram obrigadas a deslocar-se para longe de casa.
Recorde-se que a violência armada em Cabo Delgado começou em outubro de 2017. Apesar de não fazer referência ao número de vítimas mortais, a soma feita a partir de relatos da população e referências das autoridades apontam para um mínimo de 350 a 400 mortos.
O chefe de Estado moçambicano admitiu em janeiro, em Londres, após contactos mantidos com empresas no final da cimeira Reino Unido – África, que a solução para o conflito deverá passar pelo apoio externo.
Nessa zona estão a ser desenvolvidos megaprojetos de exploração de gás natural, que irão colocar o país no “top 10” dos produtores mundiais de gás natural a partir de 2022. As obras em curso contam com algumas empresas e trabalhadores portugueses entre as dezenas de firmas contratadas pelos consórcios de petrolíferas.
Durante a estadia no local, Nyusi irá dirigir a habitual sessão do Conselho de Ministros das terças-feiras alargada ao governo provincial e outros quadros, de acordo com o comunicado divulgado pela Presidência. Na agenda encontram-se ainda comícios com a população da província.