O principal arguido das dívidas ocultas, Jean Boustani, continua a fazer revelações sobre o caso durante o seu julgamento, realizado em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
Depois de ter contado no depoimento prestado na terça-feira, 19 de novembro, que o ex-Presidente da República de Moçambique Armando Guebuza pediu o apoio da empresa Privinvest para a Frelimo, partido moçambicano no poder, mencionou o nome do atual Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, escolhido nas eleições presidenciais de 15 de outubro deste ano para realizar o segundo mandato no cargo.
A codificada planilha de subornos da Privinvest foi totalmente decifrada nesta quarta-feira, quando Boustani afirmou que Nyusi recebeu, em 2014, subornos de um milhão de dólares (903.357 euros) da referida empresa. O dinheiro foi, alegadamente, enviado para uma empresa chamada Sunflower International, com sede em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
“Nuy é o atual Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi. Pagámos-lhe um milhão de dólares como contribuição para a sua campanha eleitoral (em 2014)”, declarou perante o juiz William F. Kunnitz II, que obrigou o arguido a decifrar as siglas escritas num email que contém uma lista de pagamentos da Privinvest a moçambicanos.
Segundo a mesma fonte, também o ex-ministro da Indústria e Comércio no governo de Guebuza, Armando Inroga, recebeu um milhão de dólares das dívidas ocultas.