O Escritório das Nações Unidas para a Droga e Crime Organizado em Moçambique (UNODC), alertou, no início da semana, que se está a verificar o crescimento de um mercado lusófono de tráfico, denunciando a existência de “cartéis” brasileiros com contactos em países de língua portuguesa.
Em entrevista à Agência Lusa, António De Vivo, representante do organismo das Nações Unidas, afirmou que “os cartéis brasileiros já estão a traficar com grupos organizados moçambicanos, assim como com outros países de expressão portuguesa”. “É possível que isto seja uma consequência, digamos, das necessidades dos cartéis brasileiros de diversificar o risco do negócio”, acrescentou António De Vivo.
“Moçambique é conhecido por estar no meio da chamada rota do Sul, que é uma rota de tráfico de estupefacientes, principalmente anfetaminas, metanfetaminas e heroína, que partem do Afeganistão. Portanto, a confluência da crise no norte e o tráfico de drogas faz com que o país enfrente uma situação complicada”, explicou o representante do UNODC, lembrando, no entanto, que se trata de um desafio que o país não está a enfrentar sozinho.
O tráfico de drogas internacional de estupefacientes na região tem como principais destinos a Europa e Estados Unidos da América.