Moçambique: Oposição quer posição firme do Governo sobre guerra na Ucrânia

A Renamo e o MDM, partidos da oposição com assento na Assembleia da República de Moçambique, exigem que o Governo mude de atitude em relação à guerra na Ucrânia. Este conflito decorre desde 24 de fevereiro, dia em que as tropas russas invadiram o país. 

A exigência ocorre no âmbito da tomada de posse de Moçambique como novo Membro Não Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para 2023-2024. 

De acordo com os dois partidos, Moçambique deve condenar, enquanto Membro Não Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, qualquer tipo de agressão armada realizada por um país contra outro, independentemente das razões que estejam por detrás do conflito. 

A Renamo sugeriu assim que Moçambique “reformulasse” a sua posição de neutro perante o conflito Rússia-Ucrânia. O líder do partido, Ossufo Momade, escreveu na sua página da rede social Facebook que “a Renamo exorta ao Governo de Moçambique a reformular o seu posicionamento em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, tendo sido eleito por expressivos votos de países que em geral condenaram a invasão a um país soberano”

Isto porque, explicou, o facto de Moçambique manter-se neutro pode ser sinónimo de “concordância e cumplicidade” com o país invasor, que é neste caso a Rússia. O país africano esteve entre os países que se abstiveram em três resoluções que foram a votos na Assembleia-Geral das Nações Unidas, desde a invasão russa no território ucraniano. 

“Prevalecer com a posição neutral pende a uma assunção de concordância e cumplicidade, o que pode, em última análise, ser contraproducente com o voto de confiança que nos foi dado”, defende Momade. 

Já o porta-voz do MDM, Ismael Nhacucue, declarou que, com a sua eleição ao referido órgão, Moçambique deve assumir uma posição mais dura em relação ao conflito Rússia-Ucrânia, por considerar que o país não pode continuar a manter-se neutro quando um Estado invade outro, uma vez que a sua missão é defender a paz e segurança no mundo. 

“O país precisa de entender que passa a ser sua responsabilidade dizer ‘não à guerra’”, partilhou em entrevista.

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