O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou que o dinheiro extra das petrolíferas que vai entrar nos cofres do país servirá para ajudar a pagar as eleições gerais, bem como cobrir os prejuízos relacionados com os ciclones Idai e Kenneth, ocorridos em março e abril deste ano, respetivamente.
“Devido aos ciclones Idai e Kenneth muita coisa parou, muito negócio parou e então temos um défice”, partilhou durante um comício eleitoral realizado no sábado, 28 de setembro, no interior do país, tendo estas declarações sido divulgadas agora pela rádio estatal.
A petrolífera Occidental informou na passada sexta-feira a conclusão da venda à Total da Área 1 de exploração de gás natural de Moçambique, que se encontra em construção e com arranque previsto para 2024. Apesar de o valor deste negócio não ter sido divulgado, foi referido que o Estado recebe 880 milhões de dólares (803.984.000 euros) pelo imposto sobre mais-valias cobrado, o que equivale a um quinto do total de receitas previstas no Orçamento do Estado deste ano.
“Uma parte desse valor terá de assegurar o Orçamento do Estado, mas também o próprio processo eleitoral. A democracia custa dinheiro”, sublinhou, acrescentando que o défice do processo eleitoral ronda os 6 mil milhões de meticais (88.620.900 euros).
Segundo a Presidência da República, as verbas podem entrar nos cofres do Estado ainda este ano, devendo servir igualmente para saldar dívidas a fornecedores do Estado. Os cerca de 14.460 milhões de meticais (213.787.000 euros) que sobrarão serão canalizados para uma reserva orçamental, de acordo com o governante.