Moçambique solicitou a intervenção de Angola no domínio da Defesa e Segurança para combater os focos de terrorismo que tem vindo a enfrentar nos últimos meses, principalmente na província de Cabo Delgado, alvo de ataques armados desde outubro de 2017.
O anúncio deste pedido foi feito em Luanda pelo ministro moçambicano do Interior, Amade Miquidade, que foi recebido em audiência no Palácio Presidencial, onde entregou ao Presidente da República de Angola, João Lourenço, uma mensagem escrita pelo homólogo de Moçambique, Filipe Nyusi.
“Quando falamos de cooperação de órgãos de Defesa e Segurança, estamos a falar de todos os aspetos, como a troca de informações. Propusemos uma cooperação nesta área”, explicou.
O país governado por Nyusi tem registado, nos últimos tempos, focos de terrorismo, e os ataques cometidos na região de Cabo Delgado já vitimaram mais de 300 civis. “A situação em Cabo Delgado é preocupante, porque estamos perante indivíduos sem rosto e não sabemos qual é o propósito que os faz massacrar pessoas inocentes, incendiar aldeias e atacar centros de saúde”, acrescentou Miquidade.
O ministro lembrou que os referidos grupos são forças que atuam com meios sofisticados e com o envolvimento de “indivíduos” de outras nacionalidades. “Não temos dúvidas que esteja uma pessoa de fora a financiar”, salientou.
Quanto à cooperação bilateral entre ambos os países, Amade Miquidade disse que as relações ao nível das lideranças políticas são boas. “Mantemos uma relação de cooperação significativa”, destacou.