A consultora Oxford Economics Africa observou que é positivo o perdão de 200 milhões de dólares (cerca de 172 milhões de euros) da dívida de Moçambique pelo Credit Suisse, no âmbito das “dívidas ocultas”. No entanto, considera-o insuficiente para colocar a dívida numa trajetória sustentável, de acordo com o jornal “Folha de Maputo”.
Os analistas da referida consultora recordaram num texto que “os empréstimos secretos foram aprovados com base na assunção de que o Estado iria ganhar milhares de milhões de dólares na produção de gás natural liquefeito”. Mas esses projetos têm sido frequentemente adiados devido aos ataques armados ocorridos em Cabo Delgado, província que tem a maior concentração destes recursos naturais no país.
“Considerando que o extremismo violento na região é alimentado pela pobreza e pela frustração com a corrupção no governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), é crucial que o sistema judicial, em Moçambique e no estrangeiro, traga todos as partes culpadas perante a Justiça”, pode ler-se no documento divulgado.
O banco Credit Suisse organizou, em conjunto com o banco russo VTB, mais de dois mil milhões de dólares (1.727.510.000 euros) em empréstimos às empresas públicas ProIndicus e Mozambique Asset Management (MAM). Essa quantia foi escondida das autoridades nacionais e das instituições internacionais.
Recentemente, o Credit Suisse decidiu perdoar 200 milhões de dólares num acordo com diversas entidades judiciais dos Estados Unidos da América, Reino Unido e Suíça, às quais vai pagar 475 milhões de dólares (410 milhões de euros).