As companhias petrolíferas que trabalham na exploração de gás em Cabo Delgado estão preocupadas com os frequentes ataques armados nessa província. Isto porque o mais recente ataque decorreu a 20 quilómetros de distância das mesmas.
Os insurgentes invadiram Mute, uma localidade próxima do projeto de liquefação de gás, que está a decorrer na península de Afungi. Trata-se do centro de um programa de investimentos de vários milhares de milhões de dólares para a construção de um programa de liquefação de gás das companhias francesa Total e americana Exxon Mobil.
Segundo fontes sul-africanas, o sucedido levou a Total a suspender temporariamente o trabalho de construção de infraestruturas desse complexo. No entanto, esta informação ainda não foi confirmada pela companhia em questão.
Para alguns peritos militares, a estratégia dos terroristas parece passar por isolar totalmente a zona de exploração do gás, operando agora em dez dos 17 distritos de Cabo Delgado.
Os invasores controlam, atualmente, muitas zonas costeiras. Foram destruídas estâncias turísticas de luxo em ilhas da região e houve operações feitas no mar para atacar barcos de transporte de mercadorias.
O porto de Mocímboa da Praia continua a ser controlado pelos criminosos, além da única via terrestre que ainda dá acesso a Palma, distrito do megaprojeto de gás.