A Procuradora-Geral da República (PGR) de Moçambique, Beatriz Buchili, denunciou a existência de agentes duplos na área de investigação criminal. Estes comprometem o trabalho de combate aos raptos e continuam a criar problemas em algumas cidades moçambicanas.
A denúncia foi exposta no Informe Anual que Buchili prestou ao Parlamento moçambicano, onde observou “a sofisticação do modus operandi dos criminosos, recorrendo, atualmente, ao uso de plataformas eletrónicas para as suas comunicações no planeamento e execução do rapto, bem como para a cobrança de valores de resgate”.
“Associado a este constrangimento está o facto de o crime de rapto se enquadrar na criminalidade organizada, que, tendencialmente, infiltra-se nas instituições de Administração da Justiça e outras, que intervêm na prevenção e combate, para assegurar a sua impunidade”, acrescentou.
No ano passado, a Procuradoria-Geral da República instaurou um total de 16 processos relacionados com crimes de rapto. Alguns deles ainda se encontram em tramitação processual.
Neste ano de 2021, pelo menos cinco indivíduos foram sequestrados nas cidades de Chimoio, Maputo, Nampula e Quelimane.
“Não podemos continuar a ter situações de falta de colaboração dos cidadãos nas investigações de crimes como raptos, homicídios e corrupção, que, em alguns casos, decorre do comportamento inadequado de alguns profissionais, colocando em causa a credibilidade das instituições”, finalizou.