O diretor financeiro do projeto de exploração de gás natural da petrolífera francesa Total, localizado no Norte de Moçambique, informou que o mesmo irá sofrer “pelo menos um ano de atraso”, devido ao terrorismo existente na província de Cabo Delgado.
A informação foi avançada durante uma conversa com analistas financeiros. “Claro que estes eventos terão impacto no calendário do projeto e, nesta fase, estimamos que este impacto será de pelo menos um ano de atraso”, declarou Jean-Pierre Sbraire.
Isto significa que o arranque da exploração e exportação de gás natural está previsto acontecer apenas depois de 2025, de acordo com a mesma fonte.
“Declaramos ‘força maior’ e estamos a gerir a situação com os subempreiteiros para minimizar as despesas até termos clareza sobre a situação”, prosseguiu. Foi desta forma que mencionou a declaração que permite legalmente a suspensão das obras e do contrato de concessão assinado com o Governo moçambicano.
“Esperamos que as ações tomadas pelo Governo de Moçambique e pelos seus parceiros regionais e internacionais permitam a restauração da segurança e a estabilização da província de Cabo Delgado de uma forma sustentável”, concluiu.
Tal deve-se à necessidade de garantir a segurança dos trabalhadores da petrolífera numa região frequentemente atacada desde 2017. As invasões armadas já causaram mais de 2.500 mortes e 714.000 deslocados, segundo o Governo moçambicano.