O embaixador da Palestina em Moçambique, Fayez Abdul Jawwad, pediu ao Governo moçambicano que se opusesse à “observação” de Israel na União Africana.
O pedido contra Israel enquanto Estado Observador foi feito pelo diplomata à ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, através de uma carta enviada à governante a 28 de julho. A escolha sobre Israel foi tomada de forma unilateral pelo Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki, o que não agradou a Palestina.
Neste âmbito, com base nas relações de amizade que esta última tem com Moçambique, Jawwad apelou ao Governo moçambicano para que “submeta uma objecção oficial às autoridades competentes da União Africana para não aceitação de Israel como observador, a fim de activar o princípio de objecção e suspender essa decisão até uma votação sobre ela”.
Israel é então, desde 22 de julho deste ano, Estado Observador da União Africana. Antes de 2002 já tinha esse estatuto, que acabou por perder no referido ano, altura da transformação da Organização da União Africana em União Africana.
Não é apenas a Palestina que está descontente com a decisão de Moussa Faki. Também outros membros da organização africana mostraram descontentamento, entre os quais a Argélia, que alegou haver total incompatibilidade entre os valores, princípios e objetivos defendidos por Israel e pelos que estão consagrados na Acta Constitutiva da União Africana.
Recorde-se que Israel e Palestina são dois inimigos históricos, uma vez que o primeiro nunca reconheceu a Palestina como Estado. O conflito dura há mais de 50 anos, tendo já havido neste ano mais um conflito militar entre as duas nações.