O Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) informou que cerca de 1.9 milhão de pessoas poderão estar em níveis elevados de insegurança alimentar aguda em Moçambique até março de 2022.
A conclusão surge após o mais recente IPC da Insegurança Alimentar Aguda referente ao período de novembro de 2021 a setembro de 2022, segundo a “Carta de Moçambique”. O documento indica que o número poderá baixar para 1.4 milhão de pessoas, de março até setembro de 2022, à exceção da província de Cabo Delgado, onde mais de 800 mil pessoas estão deslocadas devido aos ataques terroristas.
É igualmente mencionado que 39 mil pessoas encontram-se em situação de emergência alimentar. Já cerca de 6.6 milhões de moçambicanos têm a alimentação assegurada.
O SETSAN acrescenta que, dos cerca de 1.9 milhão de moçambicanos em situação de atual “crise”, perto de 481 mil estão nas 11 capitais provinciais (8% da população urbana analisada), devido à irregularidade das chuvas (nas cidades de Nampula, Tete, Inhambane e Xai-Xai), ocorrência de ciclones e ventos fortes (Chimoio e Beira), aumento de preços dos produtos alimentares (Pemba, Matola e Maputo), ações de terrorismo (Pemba) e o impacto das medidas de restrição da Covid-19 (em todo o país).
“A maior proporção de famílias em Crise (Fase 3 do IPC) dentro das áreas urbanas analisadas foi em Pemba, a 55%, o equivalente a aproximadamente 165.000 pessoas”, indica o estudo. Nas restantes cidades a taxa varia de 1% a 15%.