A Renamo exigiu ao Governo moçambicano esclarecimentos “mais exaustivos” sobre os rumores de um alegado recrutamento compulsivo de jovens para o cumprimento do serviço militar no Norte de Moçambique.
“A questão não é dizer que a informação é falsa, mas garantir segurança à população”, explicou Venâncio Mondlane, assessor político do líder do maior partido da oposição, Ossufo Momade, durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo.
Os rumores devem-se ao facto de estarem a circular imagens nas redes sociais que mostram, em vários pontos de Maputo, jovens a correr, alegadamente para fugirem de militares que os querem levar à força para integrar o exército que combate insurgentes no Norte do país. Recorde-se que a província de Cabo Delgado tem sido alvo de ataques armados desde outubro de 2017.
Entretanto, o Ministério da Defesa veio desmentir a autoria do recrutamento, garantindo que vai investigar o caso para “descobrir a origem, motivações e os autores” das informações que lançaram o alerta em alguns bairros.
Ainda assim, a Renamo considerou “vazio de conteúdo” o comunicado do ministério, afirmando que se trata de “falta de coordenação institucional”, uma vez que as informações circulam há mais de quatro dias nas redes sociais.
“Os comunicados dos ministérios do Interior e da Defesa foram muito superficiais e não respondem ao que é o anseio da população”, frisou Mondlane.
O suposto recrutamento coincide com a época de recenseamento militar, lançado a 10 de janeiro e com final previsto para 28 de fevereiro.